Os piores livros da minha vida

>> quarta-feira, 5 de setembro de 2012


E essa será uma daquelas postagens enormes, cheia de causos e estorinhas da minha vida, então há de se ter vontade de ler e paciência. Deixo cá o aviso porque, infelizmente, creio que não só quem gosta de me ler aparece por aqui (e lê tudo), mas sim aquelas pessoas que nutrem mágoa de caboclo por minha persona e sei lá porque afecção nervosa debilitante das faculdades mentais.

Também vou pedir para que ao menos tentem não se melindrar com a minha opinião, caso eu descasque algo muito amado por vossas mercês, mas é porque me falta paciência. Fora que né, isso aqui é um blog pessoal, escrito, via de regra, em primeira pessoa. Faço esforço para que não se transforme no depósito das minhas escrotidões, cultuo a fofurice e respeito quem me lê. Então vale a recíproca, né?

Começando sem enumerações, para deixar aqui o meu profundo abuso desse pseudo sub-gênero Chick Lit, do pseudo gênero literatura feminina, ficção feminina. A crítica feminista (que tem e não tem, ao mesmo tempo, relação com o Feminismo) é sim uma corrente de estudos presente nos principais centros acadêmicos literários e que corta um dobrado pra ser aceito e reconhecido, porque tenta decifrar o que seria código feminino, olhar feminino em literatura. Não é falar sobre coisinhas de mulher. Seria essa mulher, enquanto entidade, se decodificando, se expressando. É o farol da Virginia, é a barata da Clarice e não a baboseira superficial da mulher moderninha de Bushnell. Por mais que eu goste de Sex and the City (a série), não dá. Tudo lixo editorial, esvaziador, emburrecedor e reflexo de como a falta da literatura de verdade está nos conduzindo para o nada, para pessoas vazias, sabe como? Uma coisa é leitura de fruição (vão ler Marion Zimmer Bradley), despretensiosa, outra é porcariazinhas como esse Diário da Princesa. E tudo vira filme ou série pra tv. E sim, eu gosto da Bridget Jones, mas o filme, porque me divirto com as brigas do Hugh Grant e Colin Firth. E acaba aí. Churume: Candace Bushnell, Marian Keyes, Meg Cabot, Helen Fielding, Lauren Conrad, Candy Emily Giffin. Não sei qual é a pior.

Os quatro livrecos da Stephanie Meyer estão na lista dos 10 piores livros já escritos, sendo que Crepúsculo foi escolhido como o 'péor'. Realmente a serie é um cocô de porco doentinho. Contudo, acho Amanhecer uma das piores coisas que já tive o desprazer de repousar meus olhos cansados. Já não bastasse o parto à dentadas, tem o ato sexual dos personagens principais, obra (em todos os sentidos em língua portuguesa) de um cérebro débil, de uma adolescente punheteira que não entendeu Anne Rice. Só o fogo resolve.

A primeira vez que li Paulo Coelho nada sabia da sua má reputação entre a crítica literária, entre intelectuais, etcetera coisa e tal e anos antes de entrar para o curso de letras. Apenas soube que era um escritor brasileiro, que exercitava escrita fantástica/maravilhosa, que eu particularmente adouro. Então li Paulo Coelho com o olhar ingênuo, querendo me divertir, com um mundo de boa vontade. E dei com os burros n'água. Na verdade afoguei meus burrinhos todas as vezes que tentei ler algum livro desse senhor. São péssimos. Pretensiosos, mal escritos, bregas, lugar comum, cheio de respostinhas e moralzinhas ao sabor místico da vez. O horror.

Não sinto qualquer simpatia pela escola Naturalista. E entrando de sola, na verdade eu odeio mesmo. Nojo. O Zola foi assassinado após J'accuse e as vezes me pergunto se alguma encarnação minha estava ali no meio, talvez por isso eu esteja aqui expurgando os meus pecados, cercada de leitores de Marian Keyes.  Voltando. Contudo, o livro naturalista que mais odiei na vida foi a Normalista. Adolfo Caminha seboso.

E acho que esses são os meus ódios em termos de subliteratura, com exceção do Naturalismo, que eu odeio, mas que né, o fato de que odeio não o retira do lugar a que pertence, que é a literatura sim.

Um adendo: na verdade o termo e a ideia subliteratura, para os estudos de literatura moderna, não são aceitos ou seja, todo esse mói (cearensês = monte) de malfazejo é literatura no sentido que é registro de expressão humana escrita, littera. E na verdade, a prória literatura em si, o que é, como assim, é discutida. Mas ovo podre é ovo podre, até para os chineses (eles comem ovo podre). Pois é, entendo e não aceito.

Inté.

Imagem: Sylvia Plath te despreza.

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