Sobre a árvore antiga e Wilde

>> sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Já contei para vossas mercês que há muito tempo atrás, quando eu era um simulacro de adulta, com vinte aninhos, era minha patroinha num negócio de festas infantis, lá em Brasília, o Atelier Branco de tempos muito felizes.

Dessa época guardo pouquíssimas lembranças tácteis, o que é uma pena para minha índole de lua em touro ou seja, apegada com as cousas. Fotos se perderam em mudanças, objetos queridos forma emprestados e não devolvidos, essas coisinhas chatas que acontecem, fora uma falta de cuidado, devo confessar. 

Basicamente, o que me sobrou da época, fora as experiências enriquecedoras e as lembranças doces, foi uma árvore de natal pequeninapequenina, que comprei por uma bagatela, num dezembro em que chovia em cântaros no Planalto Central, nas Lojas Brasileiras do Conjunto Nacional, lá no Plano Piloto.

Pois bem, essa árvore pequeninapequenina viajou de Brasília para Fortaleza e de Fortaleza para o Rio de Janeiro. Em presença de décor natalino, já foi substituída duas vezes, mas nunca tive coragem de jogar fora. Sempre ficou guardadinha num canto do armário das tranqueirinhas guardáveis.

Dai que essa semana dei um jeito nos livros, que ainda estavam em caixas desde a mudança para a casa nova. É um jeito ainda provisório, contudo com mais dignidade e ar puro para Alencar, Machado, Clarice, Cecília, a chérie Jane Austen, a chata da Hilda Hilst e o insuportável do Nietzsche.

Fiz uma pilinha de livros mais caros tipo importados, algumas raridades, na parte de cima da estantinha provisória e achei entre arquivos antigos uma figura muito querida, que antes adornava meu quarto rosa e azul em Fortaleza, Oscar Wilde. Achei por bem colocá-lo na frente da pilinha de livros queridos, acima da prateleira com alguns de suas obras, tipo seus contos infantis (que nem todo mundo conhece). 

Dai que ficou um vazio existencial do outro lado da estantinha, que me pedia para ser preenchido. Um vasinho de flores, umas caixas bonitinhas, mais livros... mas eis que lembrei da árvore pequeninapequenina, guardada num cantinho e foi ela a escolhida.


Bisous.

Imagem: com Cyber-shot nova, mió que a outra, mas ainda sonho com uma Rebel. A imagem foi editada com um programinha chamado photofilter, que é meu novo vício besta.

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